Bolsonaro: caos e golpismo!   

Bolsonaro: caos e golpismo!  

04/04/2021 0 Por Colaborador/a

Por Emerson Leal

 

Nada mais sintomático do caos que estamos vivendo no País, do que a troca frenética de ministros do desgoverno Bolsonaro. Em pouco mais de dois anos já perdemos a conta de quantos ministros ‘dançaram’: indício de que nosso barco está sem comando. E não poderia ser diferente: o Sr. presidente se elegeu sem que apresentasse um único programa ou projeto de governo. Fugiu dos debates como o diabo foge da cruz. Achou que seu “Posto Ipiranga” fosse dar conta de segurar o leme com competência e conduzir o País a um ‘porto seguro’. Contudo, Paulo Guedes não passa de um economista medíocre, que nunca escreveu sequer um artigo de peso e nos conduziu ao caos econômico.

 

  1. O desgaste de Bolsonaro chegou ao paroxismo com o advento da pandemia. Foi na contramão de todas as orientações que a ciência e a OMS apontavam: um ‘negacionista’ de primeira grandeza. Foi contra o isolamento social, contra as máscaras, o necessário distanciamento entre as pessoas e todas as demais medidas de proteção contra a Covid-19, indicando claramente ser uma pessoa irresponsável e desequilibrada. Comprou guerra contra governadores e prefeitos que, na ausência de um comando nacional (que deveria partir do governo federal), conseguiram do Supremo a anuência para criar medidas de defesa contra o coronavírus. A despeito de mais de 300 mil mortes pela Covid-19, isso deixou Bolsonaro furioso contra os governadores e o STF!

 

  1. Faz tempo que temos um governo ‘militar’ no Brasil. Mais de onze mil milicos estão em todos os postos do governo – ocupando ministérios e até cargos comissionados por quem não entende nada de política – mamando nas tetas de Pindorama. O caos que estamos vivendo não é somente econômico, é político também, o que tem provocado um nó na cabeça de integrantes das FFAA: Marinha e Aeronáutica por um lado e exército (dividido internamente) por outro. Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, diante desse samba do crioulo doido parido por um Bolsonaro mais perdido que cego em tiroteio, enxerga “uma tentativa dele de fazer uso das FFAA de maneira escusa, ou seja, de subalternizá-las objetivando seus intentos delirantes”.

 

            Dino complementa: diante do fato de que Bolsonaro não consegue “demitir” governadores, manifesta um “ódio” mortal aos mesmos. “Ele não sabe conviver com um mínimo de pensamento diferente do seu”. O apelo do governador do Maranhão é no sentido de que o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e os setores realmente nacionalistas das FFAA se contraponham “às tentativas de Bolsonaro de transformar as Forças Armadas em milícias desse poder que ele exerce”! Afinal, é isso que “ele intenta fazer com todas as instituições da República”.

 

  1. Bolsonaro está cada vez mais isolado: perdendo apoio até de uma parte do ‘Centrão’; as elites da Casa-Grande, diante da fuga dos investidores internacionais, já estão procurando outro candidato para enfrentar Lula (por exemplo); a própria Rede Globo anda feito barata tonta, tentando até ressuscitar o criminoso Sérgio Moro, que se queimou de verde-amarelo no episódio de uma Lava-Jato escandalosamente ilegal. O Prof. Quartim de Moraes, com a debandada da cúpula dos FFAA e cada um atirando para um lado, vê com pouca chance a ocorrência de golpe, tão confuso está o meio de campo das forças da reação e do atraso. Bolsonaro queria o golpe neste 31 de março, mas quebrou a cara! O caldo de cultura não se formou.

 

  1. Outros analistas já acham que todo cuidado é pouco: figurões das FFAA continuam cantando loas ao golpe cívico-militar de 1964, patrocinado pelos EUA e que mergulhou o Brasil em 21 anos de obscurantismo (isso une os golpistas!). Acham também que somente o povo nas ruas, em massa, pode evitar um golpe militar, se é que o ovo da serpente esteja sendo chocado.

 

Emerson Leal foi vereador e vice prefeito de São Carlos nas administrações de Newton Lima e Oswaldo Barba. É colunista colaborador do Tribuna São Carlense.


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