São Carlos precisa de um Lockdown! Mas que tipo de Lockdown?

São Carlos precisa de um Lockdown! Mas que tipo de Lockdown?

18/03/2021 Off Por Colaborador/a

Zenem – Secretário Político do PCB São Carlos

A situação da pandemia em nossa cidade é caótica. Recentemente, mais 2 mortes pela COVID-19 foram confirmadas, totalizando até o momento 171 pessoas mortas pela doença. Os leitos hospitalares da cidade já atingiram lotação máxima e agora as pessoas começam a morrer na fila de espera por um leito. Segundo o Secretário de Saúde Municipal, estamos entrando no pior momento da pandemia na cidade. Agrava-se ainda a chegada da nova variante brasileira do coronavírus na região, que tem demonstrado mais contagiosa e mais mortal. O que os governantes estão esperando para tomar medidas efetivas de combate a disseminação do vírus? A custo do que estamos vivenciando tantas mortes, famílias desoladas pelo luto, profissionais da saúde trabalhando em situações precárias?

O cenário já caótico da cidade fica pior quando percebemos o aumento do desemprego, famílias passando fome, pequenos e médios comércios decretando falência, aumento da violência, etc. Estamos vivendo uma grande crise econômica, social e sanitária. O que acontece aqui na cidade é reflexo do que está acontecendo em nosso país. Os governantes colocam os lucros dos grandes empresários e dos grandes bancos acima da vida do povo trabalhador. Enquanto o povo sofre em meio a crise, os bilionários brasileiros ficaram ainda mais ricos durante a pandemia.

Mas e agora, como fazer para controlar esse vírus? A medida imediata mais efetiva para conter o avanço da pandemia, dessobrecarregar os leitos hospitalares e impedir que mais pessoas continuem morrendo é o Lockdown. Também conhecido como “bloqueio total”, o lockdown é uma medida que realiza a suspensão temporária de todos os estabelecimentos e serviços não essenciais, ficando liberados somente estabelecimentos como farmácias, hospitais e supermercados. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) confirmam ser uma medida extremamente eficaz para controlar a propagação do vírus, visto que diminui consideravelmente o fluxo de pessoas e os focos de aglomeração.

É o caso da nossa vizinha Araraquara, que decretou Lockdown no dia 21 de fevereiro e já está acompanhando uma diminuição de 40% do número de novos infectados em relação à semana anterior. Porém, se tem uma coisa que o caso específico de Araraquara e a experiência de toda pandemia no país nos ensinou é que de nada adianta as medidas de distanciamento social se não forem garantidas condições de vida digna para o povo trabalhador.

Pedir para que o povo fique em isolamento em casa sem considerar a atual situação do nosso país é desprezar a vida dos trabalhadores. Como dito, nosso país hoje conta com um número gigantesco de 20 milhões de desempregados e desalentados. Além disso, a grande maioria daqueles que estão empregados estão em situação de informalidade, com baixos salários e sem nenhuma estabilidade. Junto com isso, os preços dos itens básicos para sobreviver estão assustadores. Um pacote de 5kg de arroz sendo vendido por R$30,00, uma garrafa de óleo por R$8,00, o botijão de gás por R$90,00, entre muitos outros. Sem emprego e sem auxílio, o resultado do cenário é o aumento da fome na casa das famílias trabalhadoras brasileiras.

A medida mais efetiva para lidarmos com a atual situação é um Lockdown que garanta o abastecimento e condições de vida digna para a população! Como fazer isso? Congelando os preços dos itens da cesta básica e do aluguel, suspendendo o pagamento das contas de água e energia durante o lockdown, garantindo estabilidade do emprego e penalizando empresas que demitirem durante o período, aprovando um auxílio emergencial municipal e nacional até o fim da pandemia, facilitando créditos e subsídios para as pequenas e médias empresas, entre muitos outros.

Não faltam respostas para sairmos da crise que vivemos. O que falta é uma política que sirva aos interesses dos trabalhadores. Há um bom tempo em nosso país os governantes só estão preocupados em garantir seus privilégios e favorecerem os grandes empresários e bancos.

Se deixarmos nosso destino na mão dos governantes, essa política genocida continuará e nosso povo continuará morrendo a custo dos lucros dos capitalistas.

É hora dos trabalhadores da cidade e do campo se levantarem contra os governantes e capitalistas e construírem uma vigorosa greve geral em defesa dos direitos, da vida e por melhores condições de trabalho.


Gostou dessa matéria? Contribua com o jornalismo popular na cidade neste link.