São Carlos continua na luta nacional pelo Fora Bolsonaro
21/06/2021Manifestantes foram às ruas na cidade de São Carlos/SP no sábado 19 de junho. O protesto somou-se às articulações nacionais contra o governo de Jair Bolsonaro e Mourão, seguindo os protestos de 29 de maio com a pauta “Vacina no braço, comida no prato!”
A concentração para o protesto começou por volta das 10h na região do Mercadão e na Praça dos Voluntários da nossa cidade. Convocados por movimentos sociais, movimentos estudantis, partidos políticos de esquerda e centrais sindicais, o número de manifestantes aumentou desde a última mobilização.
As diferentes organizações que convocaram ao ato destacaram a gravidade do momento do país. Zenem, educador popular e militante do PCB São Carlos, destacou: “Com esse cenário catastrófico está cada vez maior a rejeição a esses governantes e está cada vez maior a rejeição a esse sistema baseado na exploração. Então o nosso objetivo foi conseguir transformar essa indignação que está surgindo em força nas ruas”.
A mobilização marchou da praça do Mercado Municipal, subiu a avenida São Carlos, virou na rua Sete de Setembro, passou em frente à Prefeitura na rua Episcopal e desceu até voltar ao Mercadão novamente.
“Hoje estamos na rua por vacina no braço, comida no prato, contra os cortes da educação e no SUS, contra o genocídio da população negra e contra a política genocida do Bolsonaro”, declarou Victoria, 19 anos, estudante da UFSCar e militante de Afronte. (Leia na íntegra as declarações)
Pelas redes sociais, páginas como “Movimenta São Carlos Vacina para todos” convocaram para a mobilização contra o governo Bolsonaro. “Por trabalho, vacina no braço e comida no prato! Contra os cortes na educação, contra as privatizações! “, chamaram às ruas.
Em mais de 500 cidades pelo país aconteceram atos pelo Fora Bolsonaro: “Hoje, estamos na rua seguindo o calendário de lutas organizado nacionalmente por centrais sindicais, associações e movimentos através de uma plenária bem representativa, com todos os movimentos e que contou com mais de 800 pessoas”, testemunhou Vânia Helena Gonçalves, 56 anos, Coordenadora Geral do SINTUFSCar.
A deterioração do governo Bolsonaro cria demandas urgentes, como nos explica Juan, 30, militante do PSTU: “A gente tem quatro pautas fundamentais: o não retorno às aulas presenciais, vacina para todos, o fora Bolsonaro e Mourão, e o aumento e manutenção do auxílio emergencial.”
Assim como outros setores, a política neoliberal do governo também afetou as universidades: Os estudantes estão com cada vez menos bolsas, institutos de pesquisa com cada vez menos fundos, pessoas tendo que abandonar pesquisas importantíssimas para nossa sociedade, para o desenvolvimento da nossa sociedade”, disse Maíra, 30 anos, Coordenadora geral da APG UFSCar.
Medidas de segurança adotadas
Assim como em 29 de maio, a manifestação do dia 19 de junho ocorreu em meio à situação de pandemia. As diversas entidades que estavam presentes no ato tiveram de se organizar e fornecer segurança às pessoas presentes, como declarou Vania: “Estamos fazendo a distribuição de álcool em gel, máscaras pff2 ou n95 e também garantindo o distanciamento social. Separamos as pessoas em filas para garantir esse distanciamento.”
Zenem também comenta a importância de orientar as pessoas na manifestação: “Aqui pro ato nós organizamos pra cada um vir com as pessoas da sua casa, evitar contato, orientamos evitar toques, todo mundo de máscara pff2 (que são as máscaras mais seguras).”
Balanços e Perspectivas
Nas palavras de Zenem, do PCB, a manifestação teve “saldo político muito positivo. O primeiro ponto é que, diferente do dia 29 de maio, hoje no dia 19 de junho o ato foi construído com mais unidade. Entidades e forças que antes não estavam tão firmes na luta dessa vez construíram. Ainda surgiu um pessimismo, mas ele foi ultrapassado pela mobilização do povo.” (Leia na íntegra as declarações)
Para Vania Gonçalves da SINTUFSCar: “Avaliamos o ato de forma muito positiva, tinha bastante gente, no começo achamos que estava mais fraco que o ato anterior, mas as pessoas e as organizações estavam separadas, e quando juntou percebemos que deu um ato muito bom.”
Próximos Passos
Pensando no futuro, os militantes do PSTU disseram que “A ideia é que a gente está juntando a juventude com disposição de luta, os trabalhadores do campo e da cidade com disposição de luta para impulsionar uma greve geral”.
“Não acabamos aqui”, afirmou o dirigente local do PCB e destacando que este ato foi “um movimento para uma luta maior que a gente tem que construir. Para barrar essa política que só serve aos mais ricos, os latifundiários, os banqueiros, os grandes empresários. Construir uma outra política, voltada para o povo, onde o povo organizado e com poder toma as decisões.”