Terceirizados da UFSCar entram em greve após salários atrasarem

Funcionários terceirizados da Universidade Federal de São Carlos entraram em greve para reivindicar salários atrasados desde o dia 7 de outubro. Dentre as categorias que paralisaram suas atividades estão zeladores, recepcionistas e porteiros.

Segundo os grevistas, a Service System, empresa terceirizada responsável, afirma que não recebe o repasse da UFSCar há 4 meses e por isso não consegue pagar os trabalhadores. No entanto, a Prefeitura Universitária se posicionou dizendo ter realizado o pagamento à empresa e que os salários atrasados são responsabilidade da Service System. Entre as alegações dos contratantes, estão os trabalhadores terceirizados sem pagamento e qualquer tipo de assistência. “A gente parou porque a gente não tinha justificativa de nada. A nossa empresa não tem comunicação com a gente e nunca teve, do que está acontecendo, do porquê não veio o salário”, informou uma das grevistas. “O que eles falam pra gente é ‘aguarda’, ‘aguenta mais um pouco’, ou ficam fazendo pressão: ‘precisa voltar porque se não, vai ter falta’. E as pessoas acabam sendo coagidas, reprimidas e fazendo o que a Federal e a empresa querem, trabalhar sem receber”.

Para piorar a situação dos funcionários, o contrato da UFSCar com a empresa terceirizada está prestes a acabar. Os grevistas temem que a empresa deixe de realizar os pagamentos em função dos ditos atrasos da Universidade e nunca repasse o valor devido, deixando a conta nas costas dos trabalhadores das categorias mais precarizadas. Não é novidade que as empresas de terceirização trabalham dessa forma. Nos últimos meses do contrato alegam que o órgão público não repassa o valor do serviço e seguram os pagamentos. Finalizado o contrato, a empresa desaparece e volta com outro nome.

Além do descaso por parte da UFSCar e da Service System, as contratantes realizaram “desvio de função”, colocando as terceirizadas da limpeza para ocupar os postos dos grevistas na tentativa de desmobilizar o movimento. Atitude arbitrária que sobrecarrega as funcionárias ainda mais.

A principal reivindicação da greve é o recebimento dos salários atrasados, ainda que tenham outras pautas pertinentes, como o descaso dos contratantes com os trabalhadores, atraso do pagamento de férias, entre outros.

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