Qualidade de vida ou vida de qualidade?
04/06/2020por Nathan Varotto
Qualidade de vida. Essa expressão está na moda, muitas pessoas vivem em busca da tão sonhada “Qualidade de vida”, mas qual será o significado atribuído à está condição ou estado da vida? Há quem passa a trabalhar mais para conquista-la e existe aquelas/es que não podem pagar por ela. Falando em pagar, quanto custa a “qualidade de vida”? É possível vivencia-la sem nenhum custo?
Carlos Rodrigues Brandão, em sua obra: A canção das sete cores, escreve em um capítulo, cujo título é: Qualidade de vida, vida de qualidade e qualidade da vida. “Não sendo mensurável por meio de indicadores de ‘quantidade da qualidade’, a qualidade de vida não é e nem depende de uma crescente estocagem de bens que se ‘tem’”. A partir deste ponto de vista, em que o predicativo da qualidade de vida é “ter”, torna-a seletiva, ou seja, poucas pessoas têm acesso.
Em busca de superar a qualidade de vida enquanto “sonhos de consumo”, Brandão propõe uma vida de qualidade, em suas palavras: “[…] uma vida de qualidade em que, agora sim, é ela, a vida, quem antecede a preposição, e com todo o peso de um substantivo essencial e insubstituível, exige do seu qualificador que ele se defina”.
Dessa maneira, podemos pensar em uma vida de qualidade que se faz mais democrática e aliar, principalmente ao lazer e à educação, pois exige uma mudança de ação-ao-mundo: a exaltação da vida.
Por fim, a conexão entre a vida-humana e a vida-natureza possibilita uma experiência de momentos únicos de uma relação longeva e antiga; onde a simbiose, o respeito as vidas e o amor constituem uma radical essência da vida, assim como o exemplo descrito por Brandão: “Não salvo do machado um Jatobá para que ele me dê sombra ou madeira. Salvo-o para que ele viva, como eu e comigo, a mesma maravilhosa experiência de sermos e compartirmos, como seres diferentes, mas não desiguais, a mesma Vida”.
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