Movimento feminista lidera marcha por igualdade de gênero no Mês Internacional da Mulher

Dezenas de pessoas participaram de uma marcha liderada pelo movimento feminista nas ruas de São Carlos, em luta por igualdade de gênero e pela reabertura do Centro de Referência da Mulher (CRM). A manifestação ocorreu na manhã de ontem (11) e contou com a presença de entidades feministas, estudantis e partidos de esquerda.

A marcha saiu da Praça da Igreja São Benedito às 11h e seguiu pelo calçadão e pela Avenida São Carlos até a Praça do Mercado Municipal, onde as líderes feministas fizeram discursos exigindo o fim da violência de gênero e a condenação de Jair Bolsonaro. Além disso elas também defenderam a importância da legalização do direito ao aborto, a reabertura do CRM na cidade e melhores condições de trabalho para as mulheres.

O trabalho das mulheres

Karen, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), falou sobre as condições precárias de trabalho para as mulheres na cidade: “Mulheres têm, infelizmente, a maior responsabilidade pelo cuidado dos filhos e de outras pessoas que requerem esse cuidado. O trabalho das mulheres é ainda, em sua maioria, dedicado ao cuidado das pessoas. Aqui em São Carlos a gente tá vendo os ataques da prefeitura às trabalhadoras terceirizadas da área da saúde, que estão se mobilizando por melhores condições de trabalho. Na educação especial a prefeitura está propondo que esse trabalho seja terceirizado e também é um trabalho composto, em sua maioria, por mulheres.”

De fato, a exclusão de gênero sobre a responsabilidade no cuidado familiar afeta a autonomia financeira das mulheres. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em lares com crianças de até 3 anos o nível de ocupação das mulheres foi de 54,6%, enquanto o dos homens foi de 89,2%. Além disso, as mulheres dedicam o dobro de tempo a tarefas domésticas em relação aos homens. Enquanto eles gastam em média 11 horas semanais, elas gastam 21,4 horas.

Assim, Karen conclui que “a tarefa do cuidado deveria ser coletiva, isso é uma questão social e não uma responsabilidade só das mulheres.”

As organizadoras esperam de que a marcha inspire mais pessoas a se envolverem na luta pela igualdade de gênero e por melhores condições de vida para as mulheres.