Manifestações golpistas perdem força nesta semana

Bloqueios realizados por bolsonaristas contra a vitória de Lula são desfeitos. PRF notifica apenas um bloqueio em rodovia federal

No dia 30 de outubro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do Brasil, com mais de 60 milhões de votos. Lula somou 2 milhões de votos a mais que o adversário Jair Bolsonaro (PL). Com a apuração das urnas finalizada por volta da meia-noite do dia 31 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a vitória de Lula. 

Mesmo com o anúncio oficial do TSE, instância jurídica eleitoral máxima, apoiadores de Bolsonaro começaram já no dia 31 manifestações contra o resultado das eleições. Dessa forma, estradas de intenso fluxo de pessoas e mercadorias foram bloqueadas, com o intuito de estimular um golpe de Estado contra a decisão democrática do povo brasileiro.

Transtornos causados

Nos primeiros 4 dias, os bloqueios das estradas acumularam inúmeros transtornos. Em Jundiaí – SP, um ônibus com estudantes da Escola Técnica Vasco Antônio Venchiarutt (ETEVAV) foi atacado por extremistas que gritavam em favor de Bolsonaro. Um aluno foi ferido e a ETEVAV foi obrigada a suspender as aulas. 

Nas regiões de São Carlos e Araraquara, os bloqueios golpistas trouxeram ameaça de crise de abastecimento nos supermercados da região. Essa possibilidade de falta de produtos como ovos, laticínios, frutas e verduras levou os comerciantes a aumentar os preços de mercadorias de necessidade básica.

Desmanche dos bloqueios em rodovias

Mais de 48h depois do resultado das eleições presidenciais, no dia 2 de novembro, Bolsonaro pronunciou-se pedindo a seus apoiadores o desmanche dos bloqueios nas rodovias. A justificativa do pedido, entretanto, não foi o caráter antidemocrático das manifestações. Pelo contrário, a justificativa dada foi de que os bolsonaristas não deveriam igualar-se à esquerda, jogando o caráter criminoso a seus adversários.

A demora das autoridades públicas em conter as manifestações antidemocráticas, tanto a nível federal quanto estadual, fez com que parte da população desse início ao desmanche dos bloqueios. Membros de torcidas organizadas, movimento de trabalhadores sem teto (MTST), trabalhadores do setor de petróleo, dentre outros, agiram para retomar o fluxo normal nas estradas.

Somado a isso, de acordo com nota do Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor-geral da PRF foi intimado a iniciar as operações para desmanchar os bloqueios com prazo máximo no dia 1. Após uma semana, nesta quarta-feira (9) a PRF comunicou em suas redes sociais que não há mais notificações de vias bloqueadas.