Carrefour de São Carlos é alvo de protesto antirracista após o assassinato de Beto

Carrefour de São Carlos é alvo de protesto antirracista após o assassinato de Beto

22/11/2020 Off Por Editorial Tribuna São Carlense

Às 17h30 da última sexta-feira (20) ocorreu um protesto no Carrefour localizado na Avenida São Carlos. O motivo foi o assassinato brutal de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, que foi espancado até a morte por seguranças brancos do Carrefour em Porto Alegre.

O ato reuniu cerca de 60 pessoas no estacionamento do supermercado. O grupo ocupou parte da avenida bradando palavras de ordem e por vezes recebendo apoio de motoristas e transeuntes. Posteriormente, voltaram ao estacionamento onde houveram falas sobre a questão racial e decidiram entrar no supermercado. Ao perceber a movimentação, o gerente do supermercado tentou baixar as portas, mas não conseguiu resistir à força popular. Já dentro do supermercado, os protestantes entoavam que vidas negras importam e que “no Carrefour, na burguesia, a carne negra é a oferta do dia”. 

 

Após a chegada da Polícia Militar, os manifestantes decidiram por dispersar o ato.  Assim como São Carlos, diversas cidades registraram protestos pelo assassinato de Beto ao redor do Brasil, como São Paulo, Osasco, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Não é a primeira vez que a rede de supermercados Carrefour registra casos de violência. Ainda este ano, em Recife, um prestador de serviços negro sofreu um mal súbito e morreu em uma das lojas da rede. Ele teve seu corpo coberto por guarda sóis para que a loja continuasse funcionando, por cerca de quatro horas. Em 2019, a empresa foi denunciada por manter os funcionários em condições degradantes ao restringir a ida ao banheiro dos mesmos. Em 2018, um cão foi espancado até a morte por um funcionário no estacionamento de uma das lojas da empresa em Osasco. Também em Osasco, em 2009, seguranças agrediram Januário Alves de Santana, um técnico em eletrônica de 39 anos, negro, após acreditarem que ele estava tentando roubar o próprio carro.

Esses são os casos que foram noticiados, mas muitos outros ficam de fora dos jornais e filmagens. A população negra é morta em supermercados, favelas e prédios diariamente. A revolta popular é legítima e única forma da população negra, historicamente oprimida e negligenciada, ser ouvida.

Vidas pretas importam!


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