Manifestantes param a Avenida São Carlos contra o aumento da passagem de ônibus
04/03/2020Próximo ao final do expediente do dia 2 (segunda-feira), reuniram-se em frente ao Mercado Municipal um grupo de manifestantes contrários ao aumento da tarifa do transporte público, sancionado em um decreto assinado pelo prefeito Airton Garcia . O grupo era composto por organizações políticas, como o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a União da Juventude Comunista (UJC), e populares independentes revoltados com a situação do transporte público da cidade. Com cartazes e instrumentos de bateria, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como “Mãos ao alto: R$ 4,10 é um assalto”, “ Trabalhador, fica ligeiro, o Ayrton quer roubar o seu dinheiro” e “Tarifa zero quando? Tarifa zero já!”. Nesse momento de concentração, as pessoas ali reunidas realizaram também um trabalho de distribuição de panfletos e conversa com quem passa pelo local, explicando sobre o que era o ato e qual o impacto que este aumento teria na renda da classe trabalhadora são-carlense.
Organizados com faixas e cartazes, o grupo subiu a avenida São Carlos fechando uma das vias. Seguiram até a Rua Sete de Setembro e foram em direção a Prefeitura onde voltaram a se concentrar. Em frente ao Paço Municipal, continuaram bradando seus gritos, fizeram falas sobre os problemas de mobilidade enfrentados pela população dos bairros periféricos, que necessitam de ônibus para chegar a seus locais de trabalho e estudo, e queimaram imagens de Airton e da Suzantur. De lá o grupo foi em direção a Praça Coronel Sales de onde dispersaram.
Ao longo deste trajeto e das concentrações nossa reportagem não registrou nenhum incidente que não a adesão de alguns motoristas que buzinavam em apoio, inclusive motoristas de ônibus, estimulados por gritos de “Ô motorista, ô cobrador, me diz aí se seu salário aumentou”. Transeuntes e trabalhadores locais saiam à rua para ver o que se passa e não raro demonstravam apoio a manifestação. Sob os gritos de ‘Vem, vem, vem pra rua vem, contra o aumento” alguns diziam que não podiam sair do trabalho.
Vale ressaltar que desde 2016 o transporte público de São Carlos vem sendo executado pela Suzantur sem licitação e com pouquíssima transparência. A empresa assumiu o lugar da Athenas Paulista em caráter de emergência e, nesses quase quatro anos, nenhum edital de contratação foi efetivado. Sofre a população de São Carlos, que recebe um serviço precário, que não dá conta de suas demandas, e agora ainda tem que pagar mais por isso.