Vereadores de São Carlos aprovam aumento salarial do alto escalão da Prefeitura Municipal e expulsam protestantes do plenário

Vereadores de São Carlos aprovam aumento salarial do alto escalão da Prefeitura Municipal e expulsam protestantes do plenário

20/12/2023 Off Por Colaborador/a

A Câmara Municipal pautou e aprovou o Projeto de Lei (PL) que autoriza o aumento salarial em 31% para os cargos de prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. A sessão ocorreu nesta terça-feira (19/12) e foi a última sessão ordinária do ano.

Marcelo Hayashi

Com a aprovação do PL, a partir de 2025 o prefeito da cidade ganhará um aumento de R$7.690,00, totalizando um salário de R$32.430,00, enquanto o salário do vice-prefeito e dos secretários deve aumentar R$3.880,00, somando R$ 16.360,00.

O PL foi recebido e aceito com extrema agilidade pelo poder público na sexta-feira (15/12), foi protocolado e inserido na pauta da sessão da Câmara Municipal. O projeto é assinado pela Mesa Diretora da Câmara Municipal, composta pelos vereadores Marquinho Amaral (Podemos), Malabim (PRD), Bruno Zancheta (PL) e Professora Neusa (Cidadania).

Em 2019, a Câmara Municipal de São Carlos aprovou o aumento de 55,4% nos salários dos vereadores, de 26,8% no salário do prefeito, de  22,1% no salário dos secretários e 46,1% dos diretores. Com isso, Airton Garcia, o prefeito mais rico do estado de São Paulo e do Brasil, passou a receber R$24.700,00 em 2021. O patrimônio declarado do atual prefeito soma mais de 400 milhões de reais.

Na mesma época e depois de diversas manifestações, o salário dos servidores municipais aumentou 4%, sendo que 3,89% do aumento eram ajustes inflacionários, e o aumento real foi de apenas 0,11%. Em dezembro de 2022, houve novo aumento no salário dos vereadores, que passaram a receber R$9.371,81. 

Tela indicando os votos dos vereadores na sessão ordinária. Reprodução da transmissão ao vivo.

Com a aprovação do PL, o aumento representará o montante de 1,3 milhões de reais por ano aos cofres públicos. Os vereadores que votaram favoráveis foram: André Rebello (União), Bruno Zancheta (PL), Cidinha do Oncológico (PP), Dé Alvim (SD), Dimitri Sean (PDT), Elton Carvalho (Republicanos), Fábio Zanchin (MBD), Laíde das Graças Simões (PSDB), Lucão Fernandes (MDB), Malabim (PRD), Moisés Lazarine (União), Professora Neusa (Cidadania), Robertinho Mori (União), Sérgio Alves Rocha (PRD), Thiago Orlandi Parelli (PP). O presidente da sessão, Marquinho Amaral (Podemos), apesar de não poder votar, comunicou que votaria a favor do PL. Apenas os vereadores Azuaite Martins de França (Cidadania), Djalma Nery (PSOL) e Raquel Auxiliadora (PT) votaram contrários a aprovação do aumento salarial para os cargos do poder executivo na cidade.

Manifestação contra o PL

Dezenas de manifestantes compareceram à sessão da Câmara Municipal e protestaram contra a aprovação do Projeto de Lei. As pessoas entoaram cantos como “ó que covardia, tem grana pro prefeito, mas não tem pra moradia” e “não é mole não, tem grana pro prefeito, mas não tem pra ocupação”, se referindo ao déficit habitacional na cidade e as milhares de pessoas que não tem teto ou são obrigadas a ocuparem locais inadequados para se viver.

Prontamente, o presidente da sessão, Marquinho Amaral, passou a gritar com os manifestantes, dizendo para “calarem a boca” e requisitou que a Guarda Civil Municipal (GCM) esvaziasse o plenário. A sessão só retornou quando os manifestantes foram expulsos até a saída do prédio da Câmara Municipal.