“Já pensou em seus movimentos?” – Coluna Vertebral – Junho
12/06/2019Coluna assinada por: Nathan Varotto
Todos os dias nos movimentamos por diversos motivos; para o lazer, para o labor, para nos alimentar, etc. O movimento ou, melhor dizendo, a motricidade humana é a essência da vida, pois se ficarmos parados nada acontece, não tem dinâmica. As coisas acontecem porque nos movimentamos.
Os movimentos que somos capazes de realizar são fascinantes. Quando nos deparamos com algum vídeo em câmera lenta, mostrando o passo a passo de uma ação motriz, revela-se a complexidade e, ao mesmo tempo, a simplicidade e boniteza que é se movimentar.
Mas nem sempre temos esse olhar romantizado voltado à nossa motricidade, pois não raro escuta-se que o corpo humano é uma máquina, o que não é verdade. Essa ideia advinda do século XIX, acompanhada da máxima “corpo e mente”, como se fosse possível separar a cabeça do restante!
Somos indivisíveis, integrais, contextuais e acima de tudo, culturais. A motricidade de cada pessoa está assentada em seu contexto cultural, escrevemos nossa história a partir do movimento. Costumo dizer que o movimento prescinde o diálogo, pois é a primeira forma de comunicação.
Este fenômeno brilhante que é a motricidade humana também faz parte da nossa educação, não meramente física, mas social, antropológica, filosófica e biológica, um exemplo são os jogos. Desde os mais remotos tempos os povos utilizam jogos como meio de educação e com o passar dos anos se modificam de acordo com o momento e necessidade de quem joga.
Porém, com a era digital as pessoas estão se movimentando menos, deixando de lado experiências ímpares, principalmente o contato com outrem. Necessitando ainda mais de uma educação para o movimento, pois, quem se movimenta, experimenta a essência de quem, junto, se movimenta.
Por fim, proponho ao/à leitor/a deste texto que observem outras pessoas se movimentando, quais serão as impressões? Após este exercício de observação, se movimente intencionalmente e perceba sua ação, o objetivo é que a partir de agora deixemos de nos perceber mecanicamente e passemos a observar e sentir as motricidades.