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Texto escrito por: Conselho Editorial da Tribuna São Carlense

Na última semana, entre os dias 03 e 08 de junho, aconteceu em São Carlos a segunda edição do evento “Conexidades – Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados”, organizado pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo (UVESP). O intuito do evento era debater questões referentes a cada setor do Estado, como Educação, Mobilidade e etc., porém o verdadeiro motivo disso foram as possíveis parcerias firmadas pelas empresas privadas interessadas em influenciar nas decisões das instituições públicas.
A começar, destacamos a própria irracionalidade do evento. Foi um evento que gastou R$ 810 mil dos cofres públicos, para debater o corte de gastos públicos. Já não é de hoje que o empresariado da cidade, e de fora também, se utiliza de espaços como esse para firmar acordos que beneficiem ninguém menos e ninguém mais do que eles mesmos. Tais acordos acabam dando, por exemplo, isenção de impostos as empresas que acabam sendo privilegiadas, revertendo em um aumento no lucro das mesmas. Discutem cortes de gastos exatamente para que se tenha mais verba pública a ser transferida para o setor privado.
Se nas palavras do próprio prefeito, Airton Garcia (PSB), “temos de estar próximo e conversar com aqueles que podem contribuir com recursos para os municípios, cada vez mais escassos”, o que devemos nos atentar é ao fato de que o problema na cidade se envolve diretamente com o problema do Governo Federal. Se falta merenda para as crianças nas escolas do município, isso se deve também ao corte de investimentos na área da Educação, como o contingenciamento de R$273,3 milhões da educação básica anunciadas no mês passado pelo governo de Jair Bolsonaro. Não será fechando parcerias com empresas privadas que só se interessam em lucrar em cima do povo sãocarlense que serão resolvidos os problemas de São Carlos.
As autoridades presentes na cerimônia de abertura do evento fizeram questão de reforçar o apoio à reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro em âmbito nacional, reforma essa que, se aprovada, vai jogar mais uma pá de cal em cima dos direitos da classe trabalhadora, já bem afetada pela retirada de direitos trabalhistas no governo Temer e pelo alto índice de desemprego, resultado dessa política que beneficia apenas as empresas privadas e os grandes empresários da cidade.
Mais uma vez a força das classes exploradas terá de mostrar seu poder para enfrentar esse horizonte de precarização da vida e do trabalho. As organizações e partidos progressistas da cidade convocam uma Greve Geral para o dia 14 de junho (sexta-feira) contra a reforma da previdência que está sendo votada no Congresso e no Senado.

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