Chapa 2 é a escolhida pela comunidade acadêmica para assumir a reitoria da UFSCar

Chapa 2 é a escolhida pela comunidade acadêmica para assumir a reitoria da UFSCar

11/08/2020 Off Por Editorial Tribuna São Carlense

Parte do processo de escolha da reitoria, o único que envolve diretamente a participação da comunidade acadêmica, foi concluído na última quarta-feira (5), com a apuração dos votos da consulta à comunidade que elegeu a Chapa 2 – Juntos pela UFSCar para assumir a gestão do período de 2021-2024 com 66,7% dos votos. Duas outras chapas participaram da disputa: a Chapa 3 – Construir Juntos, representada pela atual reitora, ficou em segundo lugar com 25,6% dos votos e a Chapa 1 – Por uma UFSCar Notável, ficou em terceiro lugar com 9,37%. 

A chapa eleita é composta por docentes que mantiveram, ao longo da sua trajetória na universidade, um diálogo fraterno com estudantes, técnicos e terceirizados, e por este motivo obtiveram maior apoio e número de votos em todas as categorias votantes. Apesar disso, o aceno à presença da iniciativa privada e fundações na universidade é questionado por alguns alunos. Já as chapas derrotadas são ligadas, em maior ou menor medida, às políticas de precarização e privatização da educação pública, ataques à permanência estudantil e perseguição ao Movimento Estudantil.  

No entanto, não há garantia de que a chapa vencedora assumirá a gestão. Isso porque, após homologação do resultado pelo Conselho Universitário, o resultado é enviado ao Ministério da Educação para que o presidente Jair Bolsonaro indique qual chapa será de fato empossada. Tradicionalmente, a chapa escolhida pela comunidade acadêmica é empossada, porém Bolsonaro possui histórico de nomear interventores – um desrespeito à lista tríplice formada a partir da consulta à comunidade – e coloca um horizonte de luta para que os processos, já pouco democráticos, sejam respeitados e a gestão escolhida pela comunidade seja empossada pelo presidente.

Além disso, desafios mais amplos estão colocados para a universidade e para os movimentos que atuam em todas as universidades públicas: a defesa do caráter público, gratuito e de qualidade da universidade; a luta pelo ingresso e permanência de estudantes trabalhadores; reivindicação de condições dignas de trabalho para os terceirizados e terceirizadas; e a organização de todas as categorias em torno de um projeto que tenha, enquanto horizonte, uma universidade verdadeiramente popular.

 

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